Seja Bem Vindo! Você é o Visitante nº

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A SAGA DE PATÁCA Parte III: Patáca e o Popular.

Você já deve ter se deparado com um tipo muito peculiar de pessoa que adora espreitar, muito desconfiadamente, o que acontece num raio de distância próximo de si. Curioso e desconfiado, “ele” vai se aproximando disfarçadamente, olhando pros lados, como se estivesse fazendo algo de reprovável, tentando ouvir alguma coisa que lhe esclareça as dúvidas, mas sem nunca tomar a iniciativa. Percebendo que seus esforços são vãos “ele” resolve se aproximar, depois de conferir que outros se submeteram a experiência misteriosa e que nada explodiu, não houve choque elétrico e nem mesmo torta na cara. Quem se aproxima neste caso é um autêntico Popular, tipo especial de pessoa cujo habitat natural, segundo Luis Fernando Veríssimo, situa-se “a margem dos acontecimentos”. O terceiro episódio da saga de nosso herói, Adegesto Patáca, aconteceu exatamente confrontando o Popular com nosso destemido mesário. A incredulidade do Popular diante do acontecimento mais importante da democracia brasileira irritou Patáca que seguiu desferindo duras críticas aqueles que se recusam a participar do processo. O primeiro embate se deu com um “Popular Aposentado” que nem sequer se prestou a levantar-se do banco da praça onde estava sentado para conversar com Patáca; sem ao menos deixar Patáca explicar-se, saiu espraguejando prefeito, governador, presidente, juiz, a sogra, deus e o mundo. Surpreso com tamanha manifestação do Popular sexagenário, Patáca pouco pode fazer, e quase foi colocado pra correr ouvindo de seu interlocutor, xingamentos ininteligíveis, e a única coisa que conseguiu decifrar foi “Não quero saber de nada!!!”. Isso mexeu com o brio de nosso herói que seguiu mais determinado ainda sua caminhada pelo corredor central da Praça da República, berço urbano da democracia de Belém. Disposto a confrontar-se como outros Populares, Patáca seguiu mais entusiasmado do que nunca. Não tardou e uma nova batalha foi travada, agora com um “Popular Extrema-Direita” que tentou convencer Patáca de que o melhor regime político é a Ditadura Militar. Primeiramente defendendo o voto nulo, que imediatamente recebeu a reprovação de nosso herói, o “Popular Extra-Direita” argumentou dizendo que a Ditadura Militar combateria veementemente os casos de drogas nas escolas, punindo exemplarmente os traficantes, cortando-lhes as mãos. Já em caso de assassinatos, alegou o Popular em questão, o executor receberia a mesma pena que imputou a sua vitima, isto é, a morte. Impressionado com a retórica desse Popular, Patáca quase se deixa convencer, mas quando se lembrou dos brilhantes representantes da democracia brasileira sua lucidez foi reabilitada, e pediu ao “Popular Extrema-Direita” ponderação. Seguindo em sua missão Patáca ainda defrontou-se com alguns “Emo-Popular”, todos alienados e sem documentos não participaram do processo, pois estavam por demais “emocionados”. Quase ao final de sua jornada, Patáca recebeu apoio da fotógrafa Socorro Brasil, que fez questão de fotografar nosso destemido mesário. A experiência com os Populares, apesar de algumas situações surpreendentes, redobrou a responsabilidade de Patáca que sabe da importância de defender o bem mais valioso da nação.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A SAGA DE PATÁCA Parte II: Patáca e Laurentino.


Encontro histórico: Patáca e Mestre Laurentino

Adegesto Patáca segue heroicamente sua saga neste ano eleitoral, sempre disposto e entusiasmado com a democracia brasileira. Desbravando os corredores da Praça da República, neste último domingo, debaixo de muito sol, Patáca atendeu novamente a sua convocação, e, com a autoridade de Mesário que lhe foi conferida, abordou transeuntes anônimos, compartilhando o desejo de consolidação da maior arma do povo brasileiro, que segundo ele, é o voto. Indignado com o descaso de muitos, Patáca segue dando bronca naqueles que não comparecem com seu documento de identificação, e dispara impiedosamente contra estes, afirmando serem os verdadeiros culpados pelos problemas da nação. Mas felizmente seus apelos começam a ganhar eco: Patáca recebeu, neste último domingo, o apoio incondicional de uma ilustre personalidade da cultura popular paraense: Mestre Laurentino. Mesmo com o dever do voto facultado pela sua idade, Mestre Laurentino fez questão de participar do processo, e quando interpelado por seu documento de identificação, prontamente entregou seu RG afirmando que na sua carteira a única coisa que não havia era “peixe frito”.


O bom humor de Mestre Laurentino contagiou nosso heróico mesário. Parabenizando pela iniciativa de Patáca, Laurentino fez questão de registrar o momento com uma foto ao seu lado, e só não se ofereceu para trabalhar como Presidente de Seção Eleitoral, pois teria que partir em busca de sua lourinha americana.


Com o ânimo redobrado Patáca continuará sua saga percorrendo a imensidão do território nacional, com uma única misssão: cumprir seu dever de Mesário. E ele lembra mais uma vez: "O processo encerra às  17:00 h".

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Estreia "Heróis"

Se você for surpreendido nos próximos meses com um homem caminhando pelas ruas e praças de Belém portando uma “urna eleitoral”, não se assuste. Ele é ADEGESTO PATÁCA, funcionário público convocado para trabalhar no pleito eleitoral como MESÁRIO, e que demonstra todo o seu entusiasmo e alegria com o trabalho que realiza, pois acredita estar contribuindo de modo decisivo para consolidação da Democracia Brasileira.


Adegesto é um autêntico cidadão brasileiro, cumpridor dos deveres cívicos e atento observador das normas morais, éticas e jurídicas. Na saga pelo voto consciente Patáca interpela os transeuntes “Trouxe o documento de identificação com foto?”. Inicia-se assim o diálogo inesperado em torno do pleito eleitoral que segundo ele “É o momento mais importante da democracia brasileira!”. Adegesto não se conforma com o descaso de muitas pessoas que esqueceram o documento, ou que se recusam a participar do processo, e dispara: “É por isso que esse país não vai pra frente! Depois, querem reclamar dos problemas do Brasil, mas no momento que tem nas mãos a maior arma do cidadão brasileiro (o voto), desperdiçam a oportunidade de mudar os rumos da nação!” Toda indignação de Adegesto Patáca fica ainda mais manifesta na sua expressão facial de reprovação pelo descaso com o processo.


Assim só resta a ele continuar interpelando os demais transeuntes a procura de um eleitor consciente, lembrando a todos que “O processo encerrará às 17:00 h de hoje”.

Assim foi a estréia de “Heróis”, a nova caixa de teatro com bonecos em miniatura de Edson Fernando, ocorrida neste domingo último nas praças Batista Campos e República. Entre curiosos e desconfiados, a comunicação pretendida pelo trabalho abriu espaço para discussão sobre política, sociedade e eleição. Mesmo os que tentavam sair indiferentes as abordagens do performer recebiam duras criticas aludindo a seu comportamento de apatia política e social. Muitos saíram até na dúvida se realmente aquele era o dia do pleito eleitoral, outros desejam saber quem eram os candidatos, e outros ainda demonstraram a sua descrença com o processo eleitoral brasileiro. Entre estes últimos houve até defesa pelo voto nulo, e simpatizante declarados do anarquismo. O certo é que passar indiferente ao lado de Adegesto Patáca será tarefa difícil, e isto porque, o desejo do performer de provocar o estranhamento e a reflexão crítica entre as pessoas encontra-se afinado com o desenvolvimento de sua proposta de linguagem gestual fundada em Bertolt Brecht.

Prestigiando a estréia de “Heróis” compareceram outros membros do GETM: Aníbal Pacha com “Urbanos” e Marilea Aguiar com “A Saudade do Sonho”. Lane Martins fez os registros fotográficos.
"Urbanos"

"A Saudade do Sonho"

Adegesto Patáca estará a procura de vocês numa rua ou praça neste ano eleitoral.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Estudo do dia 06 de fevereiro

RETOMADA DOS ESTUDOS DO GETM

O GETM retomou, no último sábado, os estudos que vem relizando desde o final de dezembro passado com o intuito de sistematizar, definir e classificar os procedimentos de trabalho adotados pelo grupo. As discussões centraram-se em torno do conceito de Imagem Disparadora, conceito desenvolvido e definido por Mauricio Kartum. Segundo ele, a Imagem Disparadora é aquela que dá inicio ao processo criativo, pois  produz uma tensão dramática que possibilitará o desenvolvimento da narrativa teatral. Uma vela acesa colada ao lado de um cubo de gelo, é um bom exemplo de Imagem Disparadora: O que acontecerá? A vela aparagará, ou ela derreterá o gelo? Quem colocou os objetos lado a lado? Por que colocou? A vela e o cubo de gelo simbolizam uma relação deamor impossivel, ou serão eles inimigos por natureza? Essa e outras questões que poderão ser desenvolvidas, são frutos de uma Imagem Disparadora.  Assim concebida, a Imagem Disparadora foi adotada como passo inicial dos  próximos procesos criativos do GETM. Concebida, produzida, ou fabricada a Imagem Disparadora, o passo seguinte será bombardear de perguntas essa imagem, e a partir das respostas a estas perguntas estaremos desenvolvendo um Banco de Dados, repleto de informações que servirão para elaboração do Roteiro Cênico de cada trabalho. O Roteiro Cênico será, portanto, o resultado de um minucioso tratamento realizado no Banco de Dados; tratamento este que se orientará pelos Princípios da Construção do GETM que são: Principio da Objetividade, Principio da Simplicidade e o Principio do Poder de Sintese. Tendo finalizado o Roteiro Cênico, a etapa seguinte será a elaboração da Encenação do trabalho onde se observar as relações que deverão ser feitas tanto dentro, quanto fora da caixa, observando a linguagem do Teatro de Animação e a atuação do Performer.      

A elite intelectual do GETM



O próximo encontro para fechamento deste primiro ciclo de estudos acontecerá no próximo dia 20 de fevereiro às 14:00 h no Casarão.  

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

GETM aprofunda procedimentos metodológicos através de Seminários de Pesquisa

O GETM iniciou ciclo de seminários de pesquisa que serão relizados neste primeiro semestre de 2010, com o intuito de conceituar, definir e sistematizar seus procedmentos de trabalho. Após quase dois anos de intensos trabalhos voltados mais a contrução de suportes para teatro com bonecos e miniatura, chegou o momento de amadurecer e compreender os procedimentos metodológicos que vinham sendo utilizados. O primeiro seminário aconteceu dia 09 de janeiro, e, nele, discutiu-se a estrutura central dos procedimentos adotados até então: TESE, CONTEÚDO, SINTESE. Esta estrutura central foi discutida e reelaborada chegando a formulação: IDÉIA, CONTEÚDO, CONSTRUÇÃO, ATUAÇÃO. Os principios norteadores desse procedimento metodólogico, voltados principalmente a etapa de Construção, devem ser: Princípio da Objetividade, Princípio da Simplicidade e o Princípio da Sintese. As linguagens de encenação utilizadas são: Teatro de Animação, Teatro, Artes Plasticas e Música. O Suporte é o mediador entre a Plateia e o Performer, e ele classifica-se como SUPORTE ABERTO e SUPORTE FECHADO. A relação e mediação entre o Performer e a Plateia deve orientar-se de acordo com a escolha do Suporte: O Suporte Aberto exige uma "Presença Dilatada" do Performer, fazendo-se perceber por uma quantidade maior de Plateia, para cada apresentação; Enquanto que o Suporte Fechado permite uma relação de proximidade e intimismo com a Plateia.

O segundo Seminário por sua vez teve como tema de investigação o "Sistema de Leitura Visual da Forma", sendo ministrado por Anibal Pacha tendo como base teorica o livro "Gestalt do Objeto" de João Gomes Filho.



Compareceram ao Seminário: André Mardock, Ester Sá, Alessandra Nogueira, Lane Martins, Karla Pessoa, Marileia Aguiar, Edson Fernando, Gleice e Ézia Neves, além é claro de Anibal Pacha.


O próximo Seminário acontecerá no pro´ximo dia 06 de fevereiro às 14:00 h no Casarão dos Bonecos, e serão discutidos os demais elementos dos procedimentos metodólogicos do Grupo.