Aníbal, Edson e Amanda: as mentes pensantes do COLETIVO - Foto: Paulo Ricardo
O COLETIVO deu início, no último dia 08 de Fevereiro, aos ciclos de discussões sobre o trabalho desenvolvido por seus artistas. A questão norteadora deste primeiro encontro foi: O que fazemos e como comunicar o que fazemos?
Na prática é uma retomada das reflexões sobre a experiência acumulada nos últimos anos e a tentativa de organizar um pensamento que comunique, de modo claro, a prática artística que denominamos atualmente como Teatro de Caixas.
Neste sentido a discussão voltou-se exatamente para as Caixas. Quais as característica especificas desta prática artística? Amanda Fig destacou a não territorialidade no trabalho durante as intervenções, isto é, o fato de não fixarmos um ponto específico para desenvolver o trabalho gera uma não relação de poder sobre o território que escolhemos para as intervenções. Em outras palavras, significa que mesmo tendo a Praça da República - aos domingos - como principal espaço para as intervenções o caráter ambulante destas intervenções não permite gerar uma fácil identificação do público que frequenta a Praça com nosso trabalho, pois não fixamos um território. Neste sentido, somos sempre um elemento inusitado para o publico que, via de regra, mantém uma relação de desconfiança e curiosidade.
Edson Fernando propôs pensar a caixa como Objeto Performático, pois, segundo ele, ela provoca uma estado de presença em quem a carrega exigindo, portanto, uma postura performática em harmonia com o próprio objeto, uma espécie de simbiose entre performer e caixa. Esta qualidade de presença ocasionada por esta simbiose provoca o olhar do publico, desperta-o para uma aproximação, questionamento ou mesmo somente a desconfiança e curiosidade.
Aníbal Pacha destacou os diversos elementos envolvidos exatamente nesta relação entre o Performer e a caixa, enfatizando as peculiaridades exigidas pelas técnicas de animação e manipulação dos objetos dentro e fora da caixa.
Nos próximo ciclo estas questões serão aprofundadas para que num futuro próximos, todas estas reflexões possam ser sistematizadas, fundamentadas e publicadas em periódicos especializados no assunto.