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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Histórias para contar - Série de TV Cultura com Aníbal Pacha

Ainda sob os auspícios do Círio de Nazaré, compartilhamos o vídeo produzido pela TV Cultura do Pará com Aníbal Pacha. A série se chama Histórias para Contar e apresenta a relação e devoção de algumas pessoas com o Círio de Nazaré. Pacha conta sua história de devoção com Nossa Senhora de Nazaré. Confiram a seguir: 

 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Auto do Círio 2012 - Parte IV: Mundo Doente com Amanda Fig

 Foto - Edson Fernando

Encerrando a série de postagens registrando a participação do COLETIVO no Auto do Círio 2012 mostramos a apresentação de Amanda Fig performando o espetáculo Mundo Doente. O espetáculo concebido e dirigido por Aníbal Pacha foi performando pela primeira vez por Fig que demonstrou bastante segurança e desenvoltura durante toda a intervenção. Parte desta apresentação ode ser conferida no vídeo a seguir:
   




quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Auto do Círio 2012 - Parte III: Memórias, de Lane Martins

 Foto - Edson Fernando

O espetáculo Memórias, de Lane Martins também prestigiou o Auto do Círio 2012. O projeto do repertório  de Lane, inovou quando foi lançado em 2010 utilizando uma caixa de sapato como suporte - até àquela ocasião era a menor caixa já utilizada pelo COLETIVO como suporte para espetáculo. A versatilidade do suporte impressiona pela leveza,  mobilidade  e possibilidade de até três espectadores assistirem ao mesmo tempo. No entanto, o que fascina neste trabalho é a escolha precisa dos elementos que compõem a narrativa do interior da caixa: fotos antigas do arquivo pessoal de Lane aplicadas em P/B em toda extensão interna da caixa, trilha musical com duas canções em chorinho, e os dois protagonistas da narrativa no centro da caixa em suas cadeiras de embalo. Todos estes elementos, meticulasamente pensados, conspiram para que o espectador visite suas próprias reminiscências.  

Lane Martins compartilha um pouco de suas impressões nesta noite de apresentações:         

"Cada ano é sempre uma nova emoção... Escutar o que cada espectador sente ao assistir esse trabalho é mágico, suas próprias memórias colocadas assim, na sua frente, alguns com lágrimas nos olhos, outros com enormes sorrisos... E há os que perguntam se paga pra olhar, rsrs, meu pagamento é ver a expressão de satisfação de cada um... Feliz Círio!"

Para quem não teve o privilégio de conferir ao vivo este trabalho de Lane resta o consolo de assistir um pouco da apresentação no vídeo a seguir:  


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Auto do Círio 2012 - Parte II: Plácido, de Anibal Pacha.

Foto - Edson Fernando

Na segunda parte da série de postagens que registra a participação do COLETIVO DE ANIMADORES DE CAIXA no Auto do Círio 2012 apresentamos o espetáculo Plácido de Aníbal Pacha. Neste trabalho realizado em suporte de Teatro Lambe-Lambe, Pacha sintetiza numa imagem a devoção de milhares de paraenses por Nossa Senhora de Nazaré. A dramaturgia é simples, direta e extraída da narrativa oral mítica que conta a origem do Círio há 220 anos. A caixa, propriamente dita, é toda esculpida em miriti - assim como o cenário (interno e externo) os bonecos e os objetos de cena - e é sustentada por um tripé feito com cabos de vassouras. A escolha destes elementos pláticos reforça a simplicidade, delicadeza e singeleza da poesia que emociona os espectadores. Por tratar-se de um espetáculo diretamente ligado à um dos eventos de maior devoção dos paraenses, Pacha optou por apresentá-lo somente por ocasião dos festejos do Círio de Nazaré, sendo apresentado somente em três ocasiões: Ode ao Círio, evento organizado e realizado pela UNIPOP - Instituto Universidade Popular; Auto do Círio, evento organizado e realizado pela ETDUFPA - Escola de Teatro e Dança da UFPA; e a Trasladação, procissão organizada e realizada pela diretoria da festa do Círio. 

Plácido é também um espetáculo de devoção do própria artista, Anibal Pacha, que o realizada como forma de agradecimento a virgem de Nazaré. 

Vocês poderão conferir uma pequena parte desta trabalho de Pacha no vídeo a seguir:   

    

domingo, 14 de outubro de 2012

AUTO DO CÍRIO 2012 - Parte I: Os Bastidores.

 
Amanda Fig, Lane Martins e Anibal Pacha (Foto: Edson Fernando)

O COLETIVO DE ANIMADORES DE CAIXA participa - pelo quarto ano consecutivo - do Auto do Círio, homenagem dos artistas a Nossa Senhora de Nazaré, evento que ocorre sempre na antevespera da maior procissão católica do Brasil. A participação do COLETIVO  ocorre paralelamento ao cortejo organizado pela Escola de Teatro e Dança da UFPA e,  neste ano, contou com a presença de Amanda Fig apresentando Mundo Doente, Lane Martins com Memórias e Aníbal Pacha com Plácido, sendo este último também uma promessa do artista a santa. 

Na primeira parte de uma  série de postagens sobre a participação do COLETIVO no Auto apresentamos os bastidores de nossa Intervenção que durou aproximadamente quatro horas. O vídeo a seguir traz algumas imagens da preparação dos artistas do COLETIVO e o deslocamento para os três pontos de apresentação.


Nas próximas postagens desta série - COLETIVO no Auto do Círio - vocês poderão conferir a participação de cada membro no Auto. 

       Bom almoço do Círio a todos.
     

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Encontro de 29.09

O último encontro do COLETIVO realizado no dia 29 de Setembro foi dedicado inteiramente as confabulações em torno do novo projeto de Amanda Fig. Seu novo trabalho intitulado provisoriamente como Labirinto é baseado no livro Demian, de Hernan Hesse (1877 - 1962), autor alemão premiado com o Nobel de Literatura em 1946. Demian foi considerada pelos críticos como a principal obra de Hesse. Alguns comentadores consideram ainda que a obra recebe influência dos escritos de Nietzsche ao tematizar criticamente a fragilidade da moral, da familia e do Estado por meio da personalidade confusa do jovem Demian.

 Amanda Fig apresentou a ideia inicial do seu projeto compartilhando o enredo central do livro para em seguida, auxiliada por Aníbal Pacha, aplicar os procedimentos de criação do COLETIVO. Acompanhem algumas imagens tensas deste momento de criação entre Pacha e Fig.   

 Pacha e Fig iniciando o confronto de ideias 


Fig tentando parecer segura na argumentação


 Pacha impassível ante a argumentação de Fig


 Fig tentando não se intimidar e reorganizando as ideias


 Impiedosamente, Pacha vai refutando todos os argumentos de Fig


 Desolada, Fig limita-se a escutar as refutações de Pacha


 As mãos consternadas de Fig procurando uma saída para o Labirinto


 O confronto das ideias vai chegando ao fim com Fig visivelmente abatida 


 O sorriso de Fig tentando disfarçar o laborioso processo de criação

sábado, 6 de outubro de 2012

Crônica de uma eleição falida




REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE RILEXINE –
  Uma dissimulação fabulosa baseada em fatos reais

Diário dos dez (des) candidatos.
A eleição deste ano é “dez” – gritava o poeta louco do alto do monumento histórico em plena praça pública: DEScabida, DESpropositada, DESmoralizada, DEScarada, DESmazelada, DESventurada, DESleixada, DESgraçada! Mas antes que pudesse completar seus versos anárquicos, o populacho de Rilexine, pouco afeito a qualquer tipo de arte que exija reflexão, tratava de silenciar o poeta louco a peso de pontapés, incomodado que estava com o barulho poético bem na hora do Trama dominical – manifestação cultural e popular típica daquela república que envolve música de percussão ritmada, mulher semi-pelada e população alienada.
Expulso da praça e com a cara presenteada de hematomas, assistia pela TV da vitrine da loja aquele espetáculo que considerava bisonho: os dez candidatos ao pleito de Rilexine no Potoca Embromacional Gratuita. Pra sua surpresa o primeiro a falar era também o que menos abria a boca, o Sr. Ah, Nãovalenada. Em virtude de senilidade bastante avançada, o candidato fazia um esforço sobre-humano para balbuciar seu slogan de campanha: “Eu ainda lembro como fazer”. Em verdade, não sabia nem ao certo o que estava falando e sua única esperança era o apoio DEScarado da então Prefeita da República, a excelentíssima Dulci, a má – assim conhecida entre os populares por sua fantástica habilidade em desaparecer da República logo após o período de campanha eleitoral; por esta incrível habilidade chegou-se a acreditar que Dulci, a má era uma autêntica feiticeira, fato logo esclarecido quando descoberto que seu diploma na Wicca era falso. A in-prospera aparição do candidato Ah, Nãovalenada mereceu o bradar do poeta louco: Decrépito!!!
Aidimim Com Rodrigues foi o segundo a se apresentar. Ufano e com o tom messiânico de sempre, porém com a língua mais solta que o habitual, o candidato vangloriava-se das façanhas alcanças por ocasião de seus oito anos de mandato, acreditando piamente ser o novo sol a raiar soberano no céu da república. Aliás, o programa de Aidimim parecia mesmo apelar pra fé dos cidadãos de Rilexine, tendo em vista a ausência de uma plataforma de governo efetiva. Ateu convicto, o poeta louco limitou-se ao escárnio: Ai de mim, ai de ti, ai de nós Com Rodrigues!
O programa prosseguiu apresentando, respectivamente, os quatro candidatos que as pesquisas eleitorais supostamente indicavam como concorrentes diretos a uma vaga no segundo turno: Zérrouba Umpouquinho, José Inoperante, Iludi e Anima e Ensaboado Porti. Os quatro trocavam acusações no intuito de atrair a atenção do eleitorado, estratégia bem vinda entre o povo de Rilexine propenso a baixarias e insultos de baixo calão – propensão adquirida por meio da educação estética oriunda da aclamada teledramaturgia da República. Diante da TV da loja, o poeta louco assistia a tudo de modo estarrecido, pois as trocas de acusações deixavam transparecer aquilo que seu olhar crítico já sabia: todos só falavam a verdade quando atacavam.
Zérrouba Umpouquinho era considerado uma espécie de gazeteiro, pois vivia faltando às sessões da Câmara Federal de Rilexine – isso explicava só conseguir rapinar um pouquinho de dinheiro público, fato que por si merecia a total censura de seus pares da Câmara – e, assim, como Ah, Nãovalenada, confiava tão somente no seu padrinho de campanha, o então Governador da República, excelentíssimo Afanão Jatém – mais conhecido como bicho preguiça, pouco habituado que é a tratar dos problemas da República. Por sua vez José Inoperante, além de gazeteiro não passava de uma parca sombra do mandatário de seu partido, excelentíssimo Verba Barbada, Senador de Rilexine conhecido de longa data por suas magistrais habilidades sorrateiras no erário da República. Perto de seu padrinho político José, de fato, não passava de um inoperante candidato, um títere desengonçado e malfadado. Com melhor desenvoltura frente às câmeras, o candidato Iludi e Anima valia-se de sua experiência na TV local. Com cara de bom moço e o cinismo peculiar de um autêntico “cretino fundamental”, empunhava o microfone e percorria as áreas fétidas de Rilexine sentindo-se um verdadeiro paladino dos pobres, orgulhando-se da condição de nunca ter assumido cargo público, embora sua trajetória na TV local evidenciasse os mesmos vícios dos políticos da velha guarda: clientelismo barato. Fechando o quarteto, Ensaboado Porti empunhava envaidecidamente a bandeira de candidato Careca Limpa – Projeto de Lei de iniciativa popular de Rilexine atestando que o candidato não perdeu cabelo em função de preocupações com processos de corrupção. O ilustre candidato, no entanto, sabia como ninguém usar as artimanhas do sabonete, escorregando invariavelmente de um lado a outro na banheira do poder. Assim, embora ostentasse a Careca Limpa, o resto do corpo estava sempre comprometido com os acordos de bastidor.
     Não contendo o animo diante de tamanha desfaçatez dos quatro candidatos, o poeta louco vociferou pausadamente: KA – RA – LÉ – O!!! Em seguida, respirou fundo e se recompôs evitando, desse modo, nova rodada de pontapés dos pudicos populares ali próximos. Pôde então, conferir os últimos quatro candidatos, considerados nanicos e sem nenhuma chance de comprometer os rumos do pleito. Apenas cumpriam tabela os candidatos: Levo no Rego, Laquê no Cabelo, Devo no Hotel e Aopovo Dou a Costa. Este último, aliás, seguia a desventurada estratégia do apadrinhamento político, tentando arregimentar pra si o apoio da 1ª Ministra da República, excelentíssima Dilmaligna, vulga boneca assassina. Estratégia que não surtiu os efeitos desejados, pois esta já tinha virado as costas pro povo há muito tempo.
  Aliviado com o termino da Potoca Embromacional Gratuita, e ao mesmo tempo estupefato com tudo que acabara de ver, restou ao poeta louco a certeza de que na República Democrática de Rilexine há espaço para todo e qualquer tipo de desvario político, exceto os desatinos do seu calibre. Resoluto, seguiu caminhando empunhando uma bandeira preta.


Edson Fernando 
05.10.2012