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domingo, 20 de maio de 2012

Intervenção em Comemoração a adesão de Belém ao Sistema Nacional de Cultura.

 A comemoração pela adesão de Belém ao Sistema Nacional de Cultura aconteceu neste domingo (20.05), num dos pontos que marcaram a luta da categoria durante os últimmos meses: a Praça da República. Todos os artistas empenhados na coleta de assinaturas para legitimar o apoio a causa, sabem que é uma vitória da classe artística da cidade. O COLETIVO DE ANIMADORES DE CAIXAS esteve presente na comemoração com Edson Fernando e a intervenção com a caixa "Memórias, de Lane Martins. A seguir alguns registros da participaçlão de Edson.  

 Olhares curiosos

 Andarilho solitário

Na troca com adultos

E com crianças

 Novo itinerário da solidão

Encontro com um sorriso

 Explosão de alegria


sábado, 19 de maio de 2012

Encontro de 05.05

Mãos à obra. O último encontro do COLETIVO DE ANIMADORES DE CAIXA foi marcado pelo retorno as atividades de construção de suportes. Seja para reformar ou para construir novos suportes todos os presentes arregaçaram as mangas e colaboraram com os projetos de Edson Fernando e Aníbal Pacha. 

   Aníbal retomando o entusiasmo com "Abutres"

Aníbal Pacha com "Abutres" - projeto que chegou a ser arquivado há alguns meses atrás - retomou seus trabalhos com muito entusiasmo e além de solucionar os problemas de manipulação dos bonecos, reformou a caixa adaptando-a para o novo tipo de manipulação proposta - manipulação direta, antes Pacha havia optado pela manipulação com extensores - e dedica-se ainda a aulas de rabeca para composição de sua nova trilha sonora - a trilha será composta por seu professor de rabeca, Cabrali. Confiram alguns momentos desta retomada de Pacha.

Reformando o suporte

Detalhe dos elementos: Abutre, imagem motivadora do projeto e a rosa

Adaptações no suporte

Por sua vez, Edson Fernando dedicou atenção a sua trilogia Morrison. No entanto, ao invés de seguir na conclusão do projeto Ícaro Assassinado - parte II da trilogia o projeto encontra-se bastante adiantado na linguagem do Teatro de Caixa e com produção em andamento do HQ em parceria com o Stúdio Ygara - resolveu partir para a produção da parte III da trilogia, isto é, o projeto intitulado "James. Até breve!". A produção deste trabalho havia iniciado exatamente há um ano atrás, por ocasião da primeira oficina de formação promovida pelo COLETIVO. Àquela altura o projeto ficou parado em virtude da demanda gerada pela oficina. Assim, com alguns problemas ainda não solucionados na caixa de "Ícaro" e com as descobertas realizadas recentemente com o projeto "Memórias" de Lane Martins, Edson decidiu formatar a parte III da trilogia, exatamente como uma caixa de memórias. 

      Preparando a caixa para a parte III da trilogia - "James. Até Breve!"

Recortando no tamanho certo

Satisfação na perfeição

O projeto temático "Memórias" desenvolvido pioneiramente por Lane Martins, trabalha com o uso de fotografias pessoais antigas  remetendo o público as suas próprias reminiscências. Edson optou, neste caso, por fotografias de Jim Morrison que em sua maioria registram a trajetória do poeta antes da fama com o The Doors. 

   Aníbal compondo a linha do tempo das fotografias escolhidas

Linha do tempo dentro do suporte

A tampa do suporte: multiplas aberturas para olhar do público

Detalhe proporcionado pela abertura da caixa

Os projetos de Aníbal e Edson em breve estarão nas ruas capturando os olhares atentos do público. Os trabalhos de construção dos suportes contaram ainda com a ajuda de Amanda e Marcia Lima.

Marcia absolutamente compenetrada prestando ajuda ao projeto de Edson

    Enquanto isso, Amanda se consome em cálculos e estatísticas para sua nova criação

Sempre perseverante, Amanda não desiste

domingo, 13 de maio de 2012

ESCRITOS SOBRE O PROJETO "ABUTRES"

PROJETO “ABUTRES”

Um ato para o teatro de caixa

O tema “crueldade” surgia com muita frequência e insistência em meus pensamentos por um bom tempo. Depois de alguns “deixa pra lá” eu resolvi buscar na internet imagens sobre “crueldade humana” e entre muitas, a minha vista selecionou esta cena.


Quando vi pela primeira vez esta imagem me assustei com a alteração emocional que ela me causou. A crueldade desta cena tem uma dimensão assustadora. Provocou minha impunidade. Aniquilou meus medos e me jogou no abismo, destruindo minhas convicções. Um misto de repudia e adimiração. Não foi pelo ato e muito menos pelo fato dessa situação, a mim já recorrente, e sim pelo corpo imposto desta criança; encolhida, quase na posição fetal, alimentando-se aos poucos na medida de seu estomago comprimido. Esta criança, neste estado permanente, não consegue mostrar seu peito ao sol. Não ergue, não levanta, não se abre para o mundo. Tomei essa imagem da net, que tão pouco sei de quem é, e fui à busca de ajuda para falar sobre ela ou com ela. Professor e mestre Edson Fernando, co-artista em meus trabalhos, me indicou o filósofo e antropólogo francês René Girard como possibilidade para o entendimento do ato registrado nesta imagem.

Segundo Girard o desejo mimético é constitutivo da natureza humana. Invejamos ou admiramos modelos para nos guiar na vida, contudo quando invejamos um objeto, pessoa ou idéia que outro detêm, engendramos conflitos que podem irromper num sacrifício, seja ele com a eliminação física, por meio de um sacrifício simbólico ou por meio de assédio moral e psicológico.

Assim, todos os sistemas políticos, culturais e econômicos estariam permeados por um sagrado potencialmente violento em que a violência seria um componente natural das sociedades, necessitando ser ininterruptamente exorcizada pelo sacrifício de vitimas expiatórias.

A função do sacrifício é, portanto, apaziguar a violência e impedir a exploração de conflitos decorrentes de rivalidades cada vez mais crescentes que paradoxalmente focalizam uma vítima arbitrária cuja eliminação reconcilia o grupo e alcança o estatuto do sagrado. Essa vítima é chamada por Girard de “bode expiatório”, um inocente que polariza para si o ódio universal.

Utilizar a tese de René Girard para trabalhar o contexto que essa imagem apresenta, em um primeiro momento, me pareceu imprópria. Sai em busca de ampliar esta cena e localizar quem ou o que poderia se “alimentar” desta situação; buscar o outro para provocar um conflito que pudesse justificar a minha apropriação no trabalho que queria desenvolver. Imediatamente surgiu à figura do abutre com todo seu referencial simbólico amalgamado pela literatura, pelo cinema, revistas em quadrinhos, lendas, mitos e crendices populares. Tenho, então, dois personagens no contexto da fome onde eu poderia estabelecer o conflito ao qual Girard se refere. A possibilidade de transformação da criança, a partir da fome, provocaria no abutre o desejo mimético da inveja. O desdobramento deste ato seria a eliminação física, resultado desta transformação. A violência neste caso foi tratada como um elemento natural imposto pela condição do abutre, permeado pelo sagrado, imposto pela sua postura como guardião desta natureza humana. Tinha então os elementos para construir a minha cena. Próximo passo seria criar o ambiente em que essa cena acontecesse. Um ambiente árido, seco como as próprias personagens, seria o espaço infértil que eu procurava. Reproduzi um chão seco, rachado sem possibilidade de fertilização. É neste chão que vai brotar o elemento da transformação da criança, objeto da inveja do abutre. Uma rosa, feita de arame vermelho, foi a tradução formal deste objeto. O material deste objeto rosa provocou a construção dos bonecos, a criança e o abutre, como carcaças e sobre o arame foi aplicado látex, parecendo pele em decomposição. Neste sentido eu poderia igualar a essência simbólica dos elementos desta cena.


A próxima questão seria onde essa cena estará contida. A certeza de trabalhar com o suporte fechado ainda foi o meu foco. Busquei uma caixa com forma e tamanho que pudesse em um primeiro olhar, abrigar a minha cena. Decidir a posição que essa caixa estabelecerá entre o publico e o ator-animador foi importante nesse momento. O exercício foi pegar a caixa, colocar na minha frente, estabelecer a altura em relação ao meu corpo e imediatamente verificar a condição corporal de quem vai assistir. Defini que a minha caixa estaria fixada num suporte de chão, na altura de meu peito para eu poder observar, por uma fenda aberta na parte superior, o trabalho dentro da caixa. O suporte foi construído com varas de miriti para garantir a leveza, papietado com papel kraft e goma de tapioca, posteriormente envelhecido com betume. Uma fenda retangular foi aberta na frente da caixa para o olhar do publico numa relação frontal com o objeto.
Próximo passo foi simular a manipulação dos bonecos para definir as aberturas que permitirão a entrada das minhas mãos na execução a cena. Duas aberturas, em circulo, foram abertas na lateral da caixa para esse fim. Na parte posterior da caixa foi criada uma abertura para a manutenção interna do trabalho. Um chão falso na parte inferior da caixa, como uma espécie de alçapão, foi feito para facilitar a condução da cena do nascimento da rosa de arame vermelha. Duas pequenas aberturas circulares foram feitas na parte superior da caixa para a localização da iluminação, feita por duas lanternas de leds.

Definidas as questões funcionais parti para a definição da visualidade externa da caixa e a personagem que estaria conduzindo esse objeto e projonto o jogo com o publico. Esses dois elementos foram pensados juntos na medida em que eles definem a abordagem - primeiro momento estabelecido com o publico.

A imagem da caixa foi formatada reproduzindo uma plantação de rosas secas em um terreno seco, num estado de abandono. O resultado plástico foi obtido com papietagem e aplicação de rosas em papel kraft com envelhecimento de betume.



A ideia de um jardineiro despejando, de seu regador, um liquido vermelho próximo aos pés de quem assiste, seria o gesto do ator-animador para essa personagem. A presença desse jardineiro carregando essa caixa de flores em decomposição com esse gesto simbólico, em tese, reforçaria a impunidade da situação. Vou perceber isso melhor quando das apresentações.

Um blues completa a narrativa desse trabalho como o indutor sonoro da cena interna da caixa . Para isso foi utilizado um mp3 e fone de ouvido para reprodução.

Resta agora a estréia. Que assim seja.

Anibal Pacha

TUDO QUE SE PLANTA DÁ

Mais um projeto do artista do teatro de caixa Anibal em andamneto "tudo que se palnta dá" . Ai está o rascunho da cena que vai acontecer dentro de uma bola aos moldes do projeto "Mundo Doente". Este será  terceiro trabalho do caixeiro que aborda a questão ambiental. O primeiro "Urbano", o segundo "Mundo Doente" e agora "tudo que se planta dá". Previsão para junho de 2012. Aguardem.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ícaro Assasinado - Doe sua chave velha.

A campanha iniciada hoje intitulada "Sua chave velha... Abrindo novas portas!" é parte integrando do projeto Ícaro Assassinado, de Edson Fernando e objetiva arrecadar chaves velhas que não tenham mais utilidade. Todas as chaves recolhidas serão aproveitadas como elemento de cena no espetáculo de Edson. 
Segue a imagem promocional da campanha. Divulguem e tragam suas chaves velhas.


terça-feira, 1 de maio de 2012

Encontro de 28.04

O encontro do último sábado (28.04) deu continuidade a orientação de projetos a serem realizados no ano de 2012. Marcia Lima (nova integrante do COLETIVO) trouxe novas refleões acerca dos dois projetos que pretende realizar: "Recebendo Nazica" e "Floresta de Cimento".

Marcia explicando seus projetos sob o olhar atento de seu tutor Aníbal Pacha.

Após apresentar sua argumentação para o desenvolvimento de seus projetos, Marcia decidiu iniciar o processo de construção de Floresta de Cimento, pois o outro projeto, por seu caráter temático, só entrará no seu repertório em Outubro próximo. 

A boa notícia do encontro ficou por conta do anuncío da retomada de Abutres, de Aníbal Pacha. Depois de anunciar que desistiria da finalização deste projeto, Pacha se mostrou bastante entusiasmado com esta retomada, e contou que até está tomando aulas de rabeca para compor uma nova trilha para o espetáculo. 

     Aníbal anunciando a retomada de Abutres

Outra novidade foi o retorno de Amanda - desaparecida desde o último encontro de 2011. Ainda sem perspectiva de realizar um novo projeto Amanda pretende retomar a caminhada com o COLETIVO. 

Amanda à direita refletindo sobre suas ausências

O que já não é novidade nos últimos encontros é a participação dos estudantes da Estácio FAP - Faculdade do Pará. Carlos Eduardo apresentou novos desenhos na fase de experimentação da logomarca que esta sendo desenvolvida para o COLETIVO:

 Desenho de Carlos Eduardo
 
Desenho de Carlos Eduardo

O COLETIVO posicionou-se novamente acerca do trabalho desenvolvido por Carlos. Acreditamos que o conceito dos desenhos é muito bom - um olho ou olhar dentro de uma caixa, remetendo as outras possibilidades de perceber o cotidiano proporcionado pelas narrativas mediadas pelo objeto caixa. No entanto, o traço realista do desenho precisa ser repensado, pois se trata de uma logomarca, e neste sentido, ela precisa acionar imediatamente a significado contido na imagem. Acreditamos que Carlos não desanimará e no próximo encontro trará novas propostas para discutirmos juntos.